Esta Foto mostra uma Lavoura de Milho consorciada com plantio de Brachiária.
Fonte da Foto: Rafael Salerno - www.plantadiretobrasil.blogspot.com
Produtor de PI e MA aprova integração lavoura-pecuária
O sistema integrado lavoura-pecuária está sendo aprovado pelos produtores dos cerrados do Piauí e Maranhão. Os resultados do segundo ano do projeto de transferência de tecnologias desenvolvido pela Embrapa Meio-Norte, são considerados expressivos.Uma unidade demonstrativa implantada na fazenda Nova Zelândia, no município de Uruçuí, a 490 quilômetros ao sul de Teresina, por exemplo, teve um desempenho considerado excelente. A produtividade de forrageira – 43 toneladas de massa verde por hectare – possibilitou uma carga de lotação de 2,15 animais. Cada animal entrou no sistema pesando 10 arrobas de carcaça, em média, e saiu, após 170 dias, com um peso de 14,4 arrobas. O ganho de peso por animal foi de 44 por cento, e 9,4 arrobas por hectare. Já na fazenda Santa Luzia, no município de São Raimundo das Mangabeiras, a 750 quilômetros ao sul de São Luis, o sucesso se repetiu. Com a mesma taxa de lotação animal usada em Uruçuí, o ganho de peso foi de 3,8 arrobas por animal, e de 8,5 arrobas por hectare. Neste caso o período de experimento foi menor: apenas 93 dias.A média geral de lotação animal no cerrado brasileiro, segundo um estudo da Embrapa, é de apenas 0,4 animal por hectare-ano. Essa baixa lotação, de acordo com o mesmo estudo, impede o País de faturar, em média, todo ano, nada menos do que U$ 1 bilhão. O Brasil tem potencial para uma lotação de 1,8 animal por hectare-ano, segundo o estudo.EstabilidadeO primeiro ano de desenvolvimento do sistema integrado lavoura-pecuária nos cerrados do Piauí e Maranhão apresentou também boas médias de produtividade. Vejamos: na fazenda Nova Zelândia, os 80 hectares plantados com milho em consórcio com capim Braquiária resultou em 5,4 toneladas de milho por hectare, mesmo com um veranico de 26 dias. Já na fazenda Santa Luzia o resultado foi ainda melhor: em 146 hectares de milho consorciado com capim Braquiária, a produtividade atingiu a média de 8,5 toneladas por hectare, cujo rendimento foi similar ao milho em cultivo solteiro.Na mesma fazenda Santa Luzia, em 43 hectares de palhada de Braquiária, foi plantado soja em semeadura direta sobre a palhada do ano anterior. O resultado foi positivo: 3,4 toneladas por hectare, enquanto que a média geral da produtividade de soja na fazenda foi de 3,12 toneladas por hectare na mesma safra. Isso comprova o sucesso da rotação soja, milho e pasto.Mas para compreender melhor esses resultados é preciso conhecer o sistema. Vamos lá: a integração lavoura-pecuária consiste na diversificação da produção, buscando o aumento e a eficiência na utilização dos recursos naturais e a preservação do meio-ambiente. O resultado é o incremento da produtividade e a conseqüente melhoria da renda do agricultor, além da estabilidade dele no campo.O consórcio de culturas ou cultivos múltiplos permite durante o ano e em uma mesma área, a produção de grãos no período das chuvas, que no Piauí e Maranhão é de novembro a abril, e de forrageira para o gado bovino na entressafra – de maio a outubro -, além de palhada em quantidade e qualidade para a viabilidade de um sistema de plantio direto.Com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia – R$ 54 mil -, através da Financiadora de Estudos e Projetos, FINEP, esse projeto de transferência de tecnologia entra em 2007 no seu terceiro e último ano, conduzido pelo engenheiro agrônomo Marcos Lopes Teixeira e os pesquisadores Hoston Tomás Nascimento, Raimundo Bezerra Neto e Diógenes Manuel. Em parceria com os produtores e entidades públicas e privadas do agronegócio da região, a Embrapa Meio-Norte vem desenvolvendo cursos de capacitação em assistência técnica. Um novo projeto para levar à frente o trabalho já foi apresentado ao Banco do Nordeste.