Cautela na hora de negociar o preço dos insumos e o valor dos produtos agrícolas foi apenas uma das recomendações suscitadas na palestra “Cenário Macroeconômico Internacional e Agronegócio Brasileiro”, a segunda palestra do Fórum, que reuniu o professor Guilherme Leite da Silva Dias, da USP, com agricultores que investem no sistema de plantio de precisão e líderes de cooperativas.
A discussão sobre os efeitos do crescimento mundial acelerado foi coordenada pela comentarista da RBS TV, Ana Amélia Lemos, e acompanhada pelo presidente da FecoAgro/RS, Rui Polidoro Pinto, e pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Odacir Klein. Na agenda de assuntos, as projeções dos modelos de mercados a partir da busca da desaceleração econômica. Silva Dias define que o processo de “crescimento mundial acelerado demais” é causado pela redução dos estoques de cereais, pela crise de energia e o momento financeiro dos Estados Unidos. “Existe uma crise de energia que segue rumos diferentes em todo o mundo. Isso estimula uma nova oportunidade para os biocombustíveis, mas traz como impacto a elevação do custo da alimentação. A solução é mais complicada do que a simples desaceleração econômica” salienta.De acordo com o professor, nos últimos sete anos o estoque de grãos diminuiu em 250 milhões de toneladas. Metade disso ocorreu na China. “O país passa por uma mudança na composição do consumo humano, tanto da zona urbana quanto rural. É impressionante como os chineses têm demonstrado uma preferência pela dieta baseada em produtos derivados de carne e leite, ao invés dos grãos” enfatiza. A transformação da cadeia produtiva faz com que a China molde os preços. “As projeções dos modelos de mercado apresentam uma tendência de alta”, diz. A previsão é que no ano de 2008 deve ser um período difícil para a economia. “A crise financeira dos Estados Unidos traz um grau de contaminação e confusão que vai ser sentido ao longo desse ano e de 2009. Assim que a desaceleração da economia americana chegar à economia chinesa, o ritmo de crescimento vai cair e mudanças nos preços dos commodities vão acontecer”. A previsão é que os commodities diminuam até 15%.Neste cenário agrícola, os efeitos no mercado brasileiro exige cautela. Os agricultores que investem no plantio de grãos para a substituição de fontes de energia hídricas e fósseis devem ter cautela. Para o pesquisador, a regulação do mercado de biocombustíveis tem falhas. “A política de biodiesel no Brasil é inviável. Essa idéia de que o diesel é muito barato em relação à gasolina torna muito mais difícil a abertura do mercado. E misturas homogêneas dos combustíveis, em todo o Brasil, não me parece uma estratégia interessante”.O presidente da FecoAgro/RS, Rui Polidoro se demonstrou preocupado diante da produção e consumo já existente dos biocombustíveis, em relação ao endividamento da maior economia mundial. Já o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Odacir Klein, acredita que o Brasil só vai ter condições de exportar o produto quando houver um aumento na mistura obrigatória. “Nós não temos condições de competir com a Argentina, por exemplo. As empresas que foram incentivadas a se instalar, correm o risco de fechar” opina.
A discussão sobre os efeitos do crescimento mundial acelerado foi coordenada pela comentarista da RBS TV, Ana Amélia Lemos, e acompanhada pelo presidente da FecoAgro/RS, Rui Polidoro Pinto, e pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Odacir Klein. Na agenda de assuntos, as projeções dos modelos de mercados a partir da busca da desaceleração econômica. Silva Dias define que o processo de “crescimento mundial acelerado demais” é causado pela redução dos estoques de cereais, pela crise de energia e o momento financeiro dos Estados Unidos. “Existe uma crise de energia que segue rumos diferentes em todo o mundo. Isso estimula uma nova oportunidade para os biocombustíveis, mas traz como impacto a elevação do custo da alimentação. A solução é mais complicada do que a simples desaceleração econômica” salienta.De acordo com o professor, nos últimos sete anos o estoque de grãos diminuiu em 250 milhões de toneladas. Metade disso ocorreu na China. “O país passa por uma mudança na composição do consumo humano, tanto da zona urbana quanto rural. É impressionante como os chineses têm demonstrado uma preferência pela dieta baseada em produtos derivados de carne e leite, ao invés dos grãos” enfatiza. A transformação da cadeia produtiva faz com que a China molde os preços. “As projeções dos modelos de mercado apresentam uma tendência de alta”, diz. A previsão é que no ano de 2008 deve ser um período difícil para a economia. “A crise financeira dos Estados Unidos traz um grau de contaminação e confusão que vai ser sentido ao longo desse ano e de 2009. Assim que a desaceleração da economia americana chegar à economia chinesa, o ritmo de crescimento vai cair e mudanças nos preços dos commodities vão acontecer”. A previsão é que os commodities diminuam até 15%.Neste cenário agrícola, os efeitos no mercado brasileiro exige cautela. Os agricultores que investem no plantio de grãos para a substituição de fontes de energia hídricas e fósseis devem ter cautela. Para o pesquisador, a regulação do mercado de biocombustíveis tem falhas. “A política de biodiesel no Brasil é inviável. Essa idéia de que o diesel é muito barato em relação à gasolina torna muito mais difícil a abertura do mercado. E misturas homogêneas dos combustíveis, em todo o Brasil, não me parece uma estratégia interessante”.O presidente da FecoAgro/RS, Rui Polidoro se demonstrou preocupado diante da produção e consumo já existente dos biocombustíveis, em relação ao endividamento da maior economia mundial. Já o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Odacir Klein, acredita que o Brasil só vai ter condições de exportar o produto quando houver um aumento na mistura obrigatória. “Nós não temos condições de competir com a Argentina, por exemplo. As empresas que foram incentivadas a se instalar, correm o risco de fechar” opina.
12/03/08 Cotrijal Studio
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